quinta-feira, 14 de abril de 2011

Baú Aberto

Paisagem


E de repente

Eu estava escondido

Exilado em minha mente

Deprimido


O lápis desliza na folha

Como na pele.

Quisera roçar na tua


Mas estou só.

Na garanta,

Um nó.

No lápis,

As mágoas

Trazidas estas

Pelas lembranças.

No rosto

Uma lágrima,

Que cai como

A pétala,

Tristeza,

A flor,

Dor.

A folha

Mágoa.

De cerejeira.

Da cajazeira.

Da amendoeira.


A chuva cai fina

O céu é cinza.

Cinza que de longe

Se funde no horizonte.

Sobre o olhar azul do mar

À frente do verde monte.


Recordações.

De paixões,

Me vêm

Como a cerejeira

Que chora

Espalhando no vento

Suas lágrimas cor – de – rosa


Imagens.

Ou miragens

Que ficaram,

Na alma.

Como fica

Na retina

A luz laranja

No pôr-do-sol

Vestido de arrebol.


Apesar de ser bonita

Dá vontade chorar.

E a saudade não tem rima,

Que é sentimento singular,

Que se sente quando se está só.

Sentindo a falta de alguém

Que sozinho te faria deixar de ser só.



Mas, se eu estou aqui

E você aí.

Então não estamos.

Se não estou

Não sou.

Para ter você

Eu preciso ser,

Mas não sei ser longe de você.

15/07/03

2 comentários:

  1. Eita baú bom esse hein...
    Ah! A folha... Mágoa... De cerejeira...
    Eu tenho umas folhas de cerejeiras tatuada e nelas não carrego mágoa... Carrego amor, Vitalidade, paixão, desejo e muito tesão! Vou aos pouquinhos te mostrando as cerejeiras! rs

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  2. Belo post Vinícius, parabéns! E obrigada por passar no meu blog! "E a saudade não tem rima..." Muito bom!

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