terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Como eu entendo que o tempo é relativo

Ver minha filha de um ano e onze meses rindo e tentando entender que seu bisavô de oitenta e nove anos também usa fraldas. Ela aprendendo, ele esquecendo. Ela é uma criança cuja história começa agora e tudo mais está por vir, ele é uma criança que já tem um longo passado.




"No fim todos usamos fraldas."
O Curioso Caso de Benjamin Button

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Baú Aberto

Mandala
(Desengano)

Eu estava a seu lado
Mas você não estava ao meu.
Eu lhe falava,
Você não ouvia.
Eu indicava,
Mas você não seguia;
Eu estava à sua frente
E você não via.

Então, eu me afundava,
E ninguém se importava.
Nesta mórbida descida
Só a morte me sorria
Da mesma morte
Minha alma se aprazia,
Na fria companhia
Minha atenção se prendia
E não percebendo
Ou gostando de saber,
Lentamente eu morria.

Pois tanto à lua da meia-noite
Quanto ao sol do meio-dia
Quase tanto
Ou tanto quanto
A vida líquida
Pelos olhos me fugia.

Do coração. Rasgado.
O ralo sangue
Se esvaía.
Ainda assim não haveria
Outra’lma que ante a morte se fascina
E sente as dores desta vida
Que vá amar a tua alma
Mais do que a minha.

31/12/03

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Baú Aberto


Sinais indicam

As luzes brilham,
Estrelas dançam no escuro.
Estou sozinho no mundo.

Agora as nuvens tomam forma,
Desde que você se foi
Na inquietude da paixão
Varei a noite
Atrás de explicação.
Tu, ao negar-se
Varaste meu coração.

Falar de ti
É mais que falar de mim,
É tentar explicar
A beleza do mundo.
Falar-te-ei o que aprendi
Para entender que te amo.

28/12/03