quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Baú Aberto

Mandala
(Desengano)

Eu estava a seu lado
Mas você não estava ao meu.
Eu lhe falava,
Você não ouvia.
Eu indicava,
Mas você não seguia;
Eu estava à sua frente
E você não via.

Então, eu me afundava,
E ninguém se importava.
Nesta mórbida descida
Só a morte me sorria
Da mesma morte
Minha alma se aprazia,
Na fria companhia
Minha atenção se prendia
E não percebendo
Ou gostando de saber,
Lentamente eu morria.

Pois tanto à lua da meia-noite
Quanto ao sol do meio-dia
Quase tanto
Ou tanto quanto
A vida líquida
Pelos olhos me fugia.

Do coração. Rasgado.
O ralo sangue
Se esvaía.
Ainda assim não haveria
Outra’lma que ante a morte se fascina
E sente as dores desta vida
Que vá amar a tua alma
Mais do que a minha.

31/12/03

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