domingo, 27 de fevereiro de 2011

Baú Aberto

Um Dia


Um dia vou te falar

Da minha melancolia

Do meu soluçar

Da minha nostalgia


Um dia ao pé do ouvido

Poemas vou declamar

No encanto da poesia

Te pedindo pra me beijar


Um dia vou lhe mostrar

Todos os meus poemas.

Que guardo com muito esmero

Pois resposta espero.


Se uso palavras simples

É pra não te confundir

Não quero lhe iludir,

Apenas ter-te aqui.


Num dia como a noite

De frente pro mar revolto

Em rimas fáceis e doces

A sua beleza remonto


Ouvindo o murmúrio do vento

Com versos tão tristonhos

No pôr-do-sol encontro

Seus lindos olhos castanhos.


10/06/03

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Baú Aberto

-?-

Sinto meu olho fechar

Não tenho mais vontade de viver

Quero ir para outro lugar


Sinto o corpo murchar

A alma quer ir embora

Pra nunca mais voltar

A consciência falha


O amor é vizinho da dor

E o que mede sua intensidade é ela

A mesma dor

Que me congela

Que o coração me dilacera

Que me faz passar noites em claro

E derramar as lágrimas

Com gosto salgado.


As lágrimas

Me descem como um rio

E lavam o rosto

Para começar o mesmo suplício


Se demorares mais

Não me encontrarás

Nesta casca maldita

Que foi meu corpo um dia

Já estarei sem vida.


Porque a vida

É para quem aproveita o dia

Para se ter a vida

É preciso ter alegria


Pena que eu sou triste.


10/06/03

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cenas casuais... Só de Passagem

... Mantém os olhos na direção da janela aberta, fixos em ponto algum, ajeita a voz e começa a falar de si num tom mais sério:

- Sim, percebo que deixo um espaço vazio quando saio. Sei que deixo saudade na minha ausência e admito isso sem soberba. Sei que, aos momentos vividos, trago frescor e novidade. Trago diferenças, outros pensamentos, outras formas de ver a vida, outros ângulos do mundo e o companheirismo nesta mistura preenche, emociona, faz querer mais. Mas... Entenda, estou aqui só de passagem. Estou indo a algum lugar.

Sophia com a cara mais nonsense, com o ar mais infantil possível a uma jovem que seduz homens pela simplicidade, vira seu lindo rosto para o dele e pergunta:

- Então me leva com você?

Baú Aberto

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Depois de ter você

Poetas para quê?

Se você é como a bruma,

Eu não escrevo poemas.

Eu te descrevo em letras.


Mas você é mais do que um poema

Você é a poesia.

Você é a minha musa.


A tua beleza rara

Toda feita em prata

Você é minha escultura,

E eu sou um feliz oleiro

Olhando a beleza tua.

Tão negra,

Nua.

Tão pura.


Para que serve a Lua

Se o fulgor dos seus olhos cintila

E a tua pele brilha

Quando está nua.


É dúvida profunda

Que não se decide nunca

E eu bobo como nunca

Vivo a sonhar

Com minh’eterna musa


09/06/03